“O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.”
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.”
Alberto Caieiro
Esse trecho do poema de Alberto Caieiro, heterônimo de Fernando Pessoa, me faz refletir muito sobre o Biociclo, voltando um pouco na história, cresci na cidade de Barra Bonita, onde o rio Tietê sempre fez parte da minha infância, lembro que meu pai trabalhava em um restaurante as margens do rio, e enquanto meu pai trabalhava eu ia brincar por ali. Sempre convivi com um rio limpo, pelo menos eu achava. Uma cidade cortada por um rio é abençoada, ou deveria ser. Particularmente em Barra Bonita o rio Tietê é fundamental para o desenvolvimento turístico da cidade, e para algumas populações ribeirinhas fonte de renda. O projeto Biociclo nasceu em Dez/2006, e em janeiro/2007 iniciamos a primeira parte da trilogia, onde percorremos o médio Tietê, saímos da cidade de São Roque, onde moro, e pedalamos por Pirapora do Bom Jesus, Cabreúva, Itu, Porto Feliz, Tietê, Laranjal Paulista, Piracicaba, Anhembi, Igaraçu e por fim Barra Bonita, contornando as margens do rio, sempre que possível. O que notamos nessa viagem? Primeiro as condições do rio, poluição total na cidade de Pirapora, seguido por outras cidades tratamento de esgoto é coisa de luxo, tratar o esgoto não dá voto, e o velho Tietê, que em algumas cidades é fonte de renda, em outras é um problema, mas notamos também seu esforço, sua vontade, sua sina de viver, pois já nasceu contrariando tudo, o mar fica um pouco triste, pois não recebe suas águas.
Agora nessa segunda etapa do Biociclo espero ver muito mais vida, confesso minha ansiedade em ver o encontro do Tietê com o Paraná, e curiosamente, acho que o Biociclo nasceu certo, primeiro percorremos o Médio Tietê, agora o Baixo Tietê, e na fase final, ainda sem data, o Alto Tietê. Para esta última etapa nada ainda foi planejado, mas ao deixar o início pro final, amenizaremos também um pouco da tristeza em ver o rio morto, porque fomos testemunhas também do seu renascimento.
“O Tejo é mais belo que o rio que corre pelo meu estado,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pelo meu estado
Porque o Tejo não é o rio que corre pelo meu estado.”
Dalézio de Oliveira
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